sábado, 9 de abril de 2011

Cuba 2007 - 3

Cayo Largo del Sur


No quarto dia, deixei-me ficar por Varadero e aproveitei para ir conhecer a cidade, e dar umas voltas no bus panorâmico.
Fui dormir bem cedinho, preparando-me para o ex-libris da minha viagem, um sonho há muito desejado prestes a tornar-se realidade: Cayo Largo, no magnífico sul de Cuba.


Na manhã do quinto dia, 05:00 AM já estava eu à porta do hotel.
Fui o único hóspede naquele dia a aparecer para o passeio, e do resto dos hotéis de Varadero juntaram-se a mim um casal de Italianos e 3 Russos.
Afinal, 120€  pesam na carteira de muita gente, especialmente quem tem filhos é só fazer as continhas.....

O avião que me levou ao lado sul da ilha:

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A viagem de avião é breve ( cerca de 20-30 minutos ) mas dá para ter uma ideia da vastidão do território Cubano coberto pelo manto verde da selva.
Aqui e ali, pequenas aldeias separadas entre si por kms...
E quanto mais avançamos em direcção ao destino, mais magnífica se torna a paisagem.

Chegados a Cayo Largo, um pequeno bus levou-nos do aeroporto à doca, viagem de 5 minutos.

O dia está solarengo, nem uma nuvem no céu!
São 8:30 e o calor já aperta, fantástico!

Como ainda tínhamos alguns minutos antes da partida, a nossa querida guia levou-nos até a "Turtle Farm", uma pequena reserva de tratamento de tartarugas a 100m da doca, local onde podemos apreciar várias espécies enquanto aprendemos algo acerca do ecossistema de Cayo Largo.

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15 minutos depois, de volta à doca, prontinhos para embarcar.
O meu maior receio - o clima - cai por terra, enquanto o céu está azulinho impecável, sem uma única nuvem a ameaçar!
Isto na imprevisibilidade do Caribe em Dezembro é uma dádiva divina.

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Finalmente começa o passeio através dos canais, mar calminho, as margens repletas de canaviais, muitas aves aquáticas, enfim o paraíso para amantes da natureza...

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Primeira paragem, a "Ilha da Iguanas".
Pitoresca ilha desabitada, muito pequena de formação rochosa ( pareceu-me vulcânica com o solo muito retorcido e agreste, repleto de orifícios e pontas aguçadas ), vegetação escassa somente presente em parte das margens, repleta de iguanas de todos os tamanhos.

São tantas que aparecem de todo o lado, constantemente saem do solo, e confundem-se com a paisagem.
Não têm qualquer medo natural do ser humano, logo é importante ter cuidado para não as calcar e evitar acidentes indesejáveis.

De facto, passear na ilha é um delicioso tormento, pois é necessário estar sempre atento às iguanas, que se movimentam muito calmamente à nossa volta.
Quando menos esperamos, surge mais meia dúzia debaixo dos nossos pés, saídas dos orifícios naturais do solo.
A guia bem que me disse para ter cuidado com os dedos dos pés, pois para uma iguana um dedo saído de um chinelo de praia ou sandália, pode ser confundido com uma oferenda para almoço... :lol:

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Alguns turistas aproveitam para alimentar as iguanas, que de bom grado comem da mão das pessoas sem qualquer problema... 

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30 minutos nesta ilha, senti-me nas Galápagos... lol


De seguida, rumamos até um recife de coral para uma espectacular meia hora de snorkling!
E repito, fantástico!
Sem qualquer corrente, admirar o fundo marinho naquele local sobrevoando uma série de espécies exóticas de peixes, é uma experiência imperdível.
E ao contrário do passeio em Cayo Blanco, aqui os coletes salva-vidas abundavam, o que para nadadores como eu é uma benção!

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Depois de mais este paraíso, veio o ex-libris desta viagem, destas férias, o local mais maravilhoso e belo que já presenciei em toda a minha vida...
Falo de uma magnífica piscina natural que colocou toda a gente em estado de delírio absoluto.
Confesso que nunca me senti tão puro e tão feliz como turista, e nunca vi tanta gente deslumbrada e com sorrisos "idiotas" rasgados de ponta a ponta!

Neste local de sonho, tivemos mais meia hora para usufruir de uma zona em que a profundidade da água não ultrapassa o metro e meio.
Saímos do barco e avançamos calmamente por entre águas impossivelmente limpas até um banco de areia, qual areia aquilo parecia barro da mais fina qualidade, de uma textura inédita, de uma cor indescritível...

Parecíamos um bando de astronautas a descobrir um qualquer planeta estranho, tal a incapacidade em lidar com a beleza perante os nossos olhos.

As fotografias não conseguem fazer justiça a este local, ficou a tentativa, vista do barco pois infelizmente não podia arriscar levar a minha camera através das águas... 

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Bem, o que dizer depois destes momentos mágicos...
Toda a gente presente no barco estava num estado de êxtase, a alegria era abundante, a felicidade completa, éramos um grupo de turistas abençoados.... lol

E seguimos através das margens, rumo ao destino do nosso almoço, pois as emoções de uma manhã SUPER produtiva já começavam a pedir alimento...

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Enfim chegamos ao "restaurante", uma construção em madeira com telhado de colmo, tudo muito respeitoso e de acordo com a natureza.
Bom gosto.

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Após mais uma refeição acompanhada das habituais músicas tradicionais de Cuba, sempre deliciosas, rumamos para a praia de Las Sirenas, local onde teríamos 4 horas para usufruir das duas belezas!
Não uma, nem duas, nem três mas mais de quatro horas!!

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O areal é muito extenso, povoado por palmeiras com as folhas queimadas pelo sol intenso que se faz sentir nesta zona.
Todo o areal que rodeia o restaurante parece um jardim extra-terrestre...
5 minutos a pé até chegar ao mar, do outro lado do areal.

Palavras para quê... É Cayo Largo em todo o seu esplendor!

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Nem perdi muito tempo, após dar uns mergulhos no paraíso, peguei na camera e fui logo dar uma caminhada...

Por todo o lado se viam troncos partidos, arrancacados, restos de árvores, presumivelmente arrastados para esta praia pela força de um furacão que em 2006 atacou Cayo Largo com força destruidora.
Afinal, aqui a natureza dá e tira, é senhora deste paraíso e convém nunca esquecer isso!

Estamos em terra selvagem, somos apenas convidados efémeros e privilegiados num local que não nos pertence, e essa é a sua maior beleza.
Que ninguém venha para Cayo Largo em busca de turismo domesticado e boçal...
Aqui, as infraestruturas não abundam, o comércio é quase inexistente.

Mas em contrapartida, podemos apreciar cenas destas, nada de plantações de palmeiras para turistas, aqui é tudo genuíno!

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Ali perto, um contentor ( talvez daqueles usados para distribuir bens essencias, largados de avião em pára-quedas?!? ) era embalado pelo ritmo calmo das ondas...
Uma visão!

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E, como já estava longe da praia onde ficaram os meus colegas de passeio, achei por bem regressar para junto deles.

Tinha ouvido falar dos mosquitos de Cayo Largo e da tenacidade dos seus ataques em alturas de fim de tarde, mas pude comprovar na primeira pessoa a veracidade desses relatos. :lol:

Estávamos ainda a cerca de 3-4 horas do pôr do sol e já tive que esbracejar um pouco e acelerar o passo para despistar uma nuvem de mosquitos, muito pequeninos quase invisíveis, que decidiram provar aqui o português! :lol:

Achei piada, pois não tenho quaisquer alergias a insectos e vim prevenido com repelente, caso fosse necessário.
É mais uma lembrança do poder da natureza nestas paragens!

Infelizmente, não vi nenhuma iguana, mas não faltam relatos na internet que dão conta do comportamento peculiar e "atrevido" desses reptéis nestas paragens, não exibindo qualquer medo dos seres humanos, aproximam-se sem receios e chegam a roubar o lanche a turistas mais distraídos... lol


De regresso à base, rumei com os amigos Italianos ( muito simpáticos, diga-se! ) ao outro lado da praia, num último e desesperado passeio antes da triste hora de regressar... 

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Ali, vimos várias Estrelas Marinhas enormes


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Qual Varadero, qual carapuça...
Para mim, já não quero mais o turismo previsível dos resorts muito certinhos...

Depois de Cayo Largo, acho que a minha exigência como turista subiu para níveis assustadores...


Muitas imagens ficaram gravadas na minha memória deste dia fabuloso, entre as quais esta em que duas amigas apreciam as estrelas do mar.
Está tudo dito, Cayo Largo vive e estou mortinho por voltar lá!

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