sábado, 9 de abril de 2011

Menorca 2008 - 5

Dia 10 Junho 

segunda parte



De Cala Binime-la, voltei atrás na estrada, seguindo depois para Este ( virar à esquerda ) em direcção a Cala Cavalleria.




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A estrada é apertada, mas em boas condições e com indicações suficientes para que ninguém se perca.
Não é preciso o GPS... :)


A esta hora já me cruzava com vários turistas, o que nestes caminhos apertados obriga a uma condução sempre cuidadosa.
Nem quero imaginar o caos que deve ser em Julho e Agosto... :?


Nem 10 minutos de carro separam Binime-la da zona de Cavalleria.
O parque de estacionamento é paralelo à estrada que segue para o farol de Cavalleria.
Tem espaço que chegue para algumas dezenas de carros.
Serviços, népia.



Cala Cavalleria e Farragut




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A típica paisagem do norte Menorquino leva-nos do parque de estacionamento às 3 calas da zona.
São menos de 5 minutos a pé, o trajecto é fácil.



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Uma bifurcação no trilho indica aos visitantes a localização das várias calas com as habituais informações ( sempre com extremo bom gosto ).
Para a esquerda ficam as grandes Farragut e Cavalleria, um autêntico dois em um pois nem existe qualquer separação física entre elas.
A presença de uma linha rochosa na união das enseadas indica que nem sempre terá sido assim, e provavelmente foi a erosão contínua que acabou com a divisão entre ambas as calas.




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O ambiente de Cala Cavalleria parece-me ser familiar, embora eu não tenha podido comprovar esse facto, pois o meu interesse foi desviado para Leste.
Embora a beleza destas praias me atraisse aos seus areais, uma pequena cala à direita teimava em piscar-me o olho!
Era mesmo a meu gosto! 




Cala Roja




A pequena Cala Roja tem uma beleza inversamente proporcional ao seu tamanho.
O areal é escasso, e grande parte da cala está ocupada por rochas que parecem ter despencado da encosta.
É sempre fascinante constatar como o processo geológico de formação e revolução litoral está de vento em popa, apesar de isso poder significar que um rochedo de algumas toneladas se abata subitamente sobre a nossa toalha estendida no areal... 

A particularidade de Cala Roja estar repleta de rochas, tanto no areal como na água, confere-lhe uma beleza ímpar.
E como o seu nome indica, predominam os tons avermelhados.

A falta de acessos dignos desse nome faz-me desconfiar que não é suposto usufruir das suas maravilhas.
Tanto melhor! lol



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O fundo rochoso cobre grande parte da cala, dificultando a entrada na água, mas oferece o céu aos amantes de snorkling!



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Deixei-me de admirar à distância e desci para o areal.
Como acontece em todas as calas menos acessíveis a famílias, o ambiente aqui é mais virado para os verdadeiros apaixonados pelo contacto mais directo com a natureza, o naturismo é habitual.
Como o espaço é exíguo, os primeiros sortudos a reservar um "lote" para si neste local são uns privilegiados.
Quando eu cheguei à praia, só lá estavam 3 pessoas.








Em busca de um ninho para pousar as tralhas e penetrar naquelas águas convidativas!



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Encontrei um local perfeito, com uma vista única!
Adoro sentir-me em comunhão com a natureza, contemplando a calma do mar, as nuvens que passam, a ondulação que toca os rochedos colonizados pela vida.
O silêncio é quase absoluto, são momentos mágicos cada vez mais raros nas mecas do turismo.



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As minhas trouxas são também elas um atentado visual nestas belas paisagens, mas pelo menos os danos não são permanentes... 




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Estive ali cerca de duas horas, em banhos demorados desfrutando da magia do local.
Foram dos meus momentos preferidos em Menorca.



Embora estivesse feliz em Cala Roja, tomei a infeliz decisão de rumar a Cala Tirant e a outros destinos programados... 
É nisto que dá ter pouco tempo disponível e haver tanto para conhecer!



Deixei o paraíso em busca da promissora Cala Tirant.
Infelizmente, é horrível. 
Se algum dia esta zona foi bonita, o excesso de urbanizações retirou-lhe essa beleza.
Já que estava aqui, decidi aproveitar para almoçar.
Pelo menos, não perderia tudo....

Após o almoço, ao som de quatro inglesas que falavam e conspiravam entre si ao melhor estilo soap-opera burguesa, dirigi-me a outro desastre.

Son Parc é mais um viveiro de turistas britânicos, uma completamente desinteressante sucessão de restaurantes, supermarkets, campo de golfe, blá, blá, blá...
Horrível.
Quando finalmente cheguei à praia, eu já ia tão desiludido que nem quis sair do carro.
Chorei bem os 20km que fiz e o tempo que perdi a visitar estes dois antros.
Para ajudar à festa, o céu escureceu como que em sinal de reprovação por eu ter deixado as magníficas calas que visitara durante a manhã e início da tarde.
Bem o mereço, admiti... 


De seguida, parti em direcção ao farol de Favaritx.






O meu objectivo era visitar Cala Presili, mas o caminho não se mostrava fácil de encontrar e percorrer no meu Corsa, e a tarde tornara-se tão escura que perdi a vontade.
Limitei-me a observá-la à distância.
O mar estava bravo, era a primeira vez que via ondulação digna desse nome em Menorca!



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De seguida, passei pela zona protegida de S'Albufera.
Fiquei a saber que em Menorca, as zonas protegidas servem para que os ricos e abastados construam lá autênticos palácios.
Interessante... 



Fugi dali e fui desaguar a Es Grau, pitoresca vilazinha de pescadores ( pelo menos parece ser... ) que mantém o seu charme, apesar da óbvia vocação turística da zona.
Gostei do areal bem cuidado e respeitoso pela natureza envolvente, e do ambiente da povoação com as suas ruas apertadas e relevo acidentado.
Finalmente algo de genuíno após 3 horas de desgraças de urbanizações nojentas!
Es Grau é um exemplo para as Calas Tirants e Son Parcs de Menorca.



De seguida, aproveitei para ir até Cala En Porter, local que eu não tinha qualquer intenção de pisar depois de me ter informado previamente através da internet, pois claro.
Correspondeu ao que esperava.
Sem dúvida é uma zona a que a natureza emprestou uma beleza monumental, com as dramáticas paredes da cala impossíveis de passarem despercebidas, e uma vegetação luxuriante que segue para montante da praia.

Mas a ganância e o mau gosto dos vampiros e sanguessugas do turismo conseguiram arruinar o trabalho da mãe natureza.
Basta referir que uma estrada de alcatrão desce até um parque de estacionamento, também ele devidamente asfaltado e separado do areal por um muro.
Ao nível da praia, do outro lado do horrível muro, bares e lojas estragam a paisagem com os seus reclames e letreiros berrantes.
Em determinadas zonas da escarpa Leste, é tanto o casario que quase não se vê a pedra.

Enfim, porque não cimentam também a praia, livrando os turistas da desagradável areia? 
E porque não transformar as escarpas num shopping center? 


Não aguentei muito tempo e fugi desta devastação.
Dificilmente voltarei a Cala En Porter, detesto estes locais em que o conforto do turista preguiçoso e cheio de dinheiro está acima do respeito pela natureza.






E assim terminei o meu terceiro dia em Menorca.
Começou de forma incrivel, as lindas calas da zona norte.
Acabou mal nos pântanos turísticos em que a natureza foi relegada para segundo plano.